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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Vídeo - Rede Latinomericana por Cidades Justas, Democráticas e Sustentáveis


Entre os dias 29 e 31 de agosto, aconteceu em Salvador o II Encontro da Rede Latinoamericana por Cidades Justas, Democráticas e Sustentáveis.
Na ocasião, foi lançado o vídeo institucional que traz um histórico da Rede e expressa a convergência de objetivos dos Movimentos integrantes, através da diversidades de meios e ações através dos quais mobilizam a sociedade para a construção de modelos de desenvolvimento mais justos e sustentáveis para as cidades deste continente.
Para saber mais acesse: www.encuentroredciudades.com

Brasil reciclou apenas 0,1% dos 8 milhões de baterias recolhidas em 2010

Apesar de ter recolhido 8 milhões de pilhas e bateriais em 2010, o Brasil conseguiu reciclar apenas 8 mil unidades, que representam 0,1% do total. As bateriais piratas representam 40% (480 milhões de unidades) do mercado brasileiro que perfaz um total de 1,2 bilhão de unidades por ano.

Os números foram divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), na última quinta-feira, em Audiência Pública da Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
"Já temos no País 1.800 pontos de recolhimento de pilhas e baterias. Falta ainda que os consumidores se habituem a entregá-las", comentou Zilda Veloso, gerente de Resíduos Perigosos do Ministério do Meio Ambiente. Ela afirmou que esses produtos contêm metais pesados prejudiciais ao meio ambiente. "Principalmente as pilhas comuns e especialmente aquelas compradas no comércio irregular", advertiu.
Segundo o presidente da Abinee, Humberto Barbato, os produtos piratas exercem uma competição desleal com os produtos legais e causam um impacto negativo maior no meio ambiente.
“Geralmente fabricadas em países asiáticos, muitas dessas pilhas e baterias clandestinas, que ocupam cerca de 40% do mercado total, têm o mesmo nome das empresas fabricantes consagradas, ou estão em embalagens que lembram as cores e o design das marcas conhecidas, com o objetivo único de enganar os consumidores”, afirmou.
Segundo ele, além de não recolherem impostos, estas pilhas piratas ainda representam bombas ambientais, pois agregam em sua composição quantidades de mercúrio muito superiores ao estabelecido pela Resolução Conama.
Por conta deste risco oferecido pela pirataria, o presidente da ABINEE destacou que o sucesso do programa de recolhimento e destinação final de pilhas e baterias está diretamente ligado à adesão consciente do consumidor.
Atendendo à Resolução 401 do Conama, a Abinee iniciou a implantação do programa de Logística Reversa de pilhas e baterias de uso doméstico, em 5 de novembro de 2010. A iniciativa prevê o recebimento em todo território nacional das pilhas usadas devolvidas pelo consumidor ao comércio, e o seu encaminhamento, por meio de transportadora certificada, a uma empresa que faz a reciclagem desse material.
“Hoje, através de parcerias com empresas do setor varejista, o programa já conta com mais de mil postos de coleta espalhados por todas as capitais e grandes cidades do país”, disse.
A logística reversa - ou seja, a obrigatoriedade de recolhimento de embalagens ou dos próprios produtos fabricados depois de usados pelo consumidor - está prevista Política Nacional de Resíduos Sólidas (PNRS), que foi sancionada em 2010, bem como no Decreto 7404/10 e na Resolução 401/08 do Conselho Nacional de Meio Ambiente.
Pilhas e baterias estão entre os produtos citados no artigo 33 da PNRS. Também estão explícitos pela legislação os pneus, as lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, resíduos e embalagens de agrotóxicos e de óleos lubrificantes, embalagens em geral e os produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Veloso ressaltou que o Programa de Consumo Sustentável do MMA, assim como a PNRS, estão promovendo mudanças no padrão de consumo dos brasileiros, e que o ministério está em campanha educativa para que a população passe a selecionar o lixo doméstico para encaminhá-lo a reciclagem.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Basura: entre recicladores y avivatos

Por César Rodríguez Garavito



Huele mal la licitación de las basuras en Bogotá. Como por arte de magia, han aparecido miles de “recicladores” afiliados a asociaciones creadas a última hora para sacar tajada de las reglas del concurso, que buscaban favorecer a los verdaderos recicladores, los que llevan años escarbando en la basura y prestando un servicio ambiental que no tenía precio.
La razón es que ahora el negocio tiene precio, y muy alto. En el proceso se juegan $2,5 billones, por los que pujan poderosas empresas que, por efecto de fallos de la Corte Constitucional, deben asociarse con organizaciones de recicladores para licitar. De modo que el oficio de reciclador —el “desechable” que todo el mundo aborrecía— ahora es la profesión de moda entre avivatos de todo tipo.
La entidad encargada del asunto (la Uaesp) sigue sin explicar cómo va a filtrar a los oportunistas y cumplir las decisiones de la Corte que protegen a los recicladores. Por eso la misma Corte suspendió la licitación el jueves pasado, mientras se desenreda una historia de varios años de corrupción, ineficiencia y discriminación contra los recicladores.
Todo comenzó en 2003, cuando la segunda alcaldía de Mockus intentó sacarlos del mercado, al adjudicar la pasada licitación. Cuando la Corte falló una tutela a favor de los informales, era demasiado tarde: la Alcaldía ya le había entregado el negocio al sector privado y excluido a las cooperativas de recicladores. Las mismas cooperativas que, en 1990, habían fundado la Asociación de Recicladores de Bogotá y habían convertido a cientos de recolectores pobres en pequeños empresarios que accedían, por primera vez, a un ingreso estable y a la seguridad social.
Así lo vimos quienes estudiamos las cooperativas y acompañamos a sus miembros en sus recorridos callejeros en las heladas noches bogotanas. Así lo reconocieron fundaciones de todo el mundo, que escogieron a Bogotá como sede del primer encuentro internacional de recicladores, en 2008.
Como el daño ya estaba hecho, la Corte le advirtió al Distrito que en futuras licitaciones incluyera “acciones afirmativas a favor de los recicladores (…) a fin de lograr condiciones reales de igualdad”. La advertencia se materializó en 2009 en Cali, cuando la Corte tumbó la licitación de basuras de esa ciudad por no haber tomado esas acciones.
A pesar de esos precedentes, la administración de Samuel Moreno volvió a marginar a los recicladores. Primero lo hizo con la adjudicación del relleno de Doña Juana, que la Corte también suspendió. Y reincidió en la actual convocatoria, en la que la Corte ha intervenido varias veces para atajar los goles que la Uaesp le ha querido meter a sus fallos y a los recolectores.
Presionada por la Corte, la exdirectora de la Uaesp rediseñó a las carreras las reglas del concurso, antes de ser destituida por la Procuraduría por malos manejos en Doña Juana. Con semejante improvisación y procedencia, no sorprende que las nuevas reglas estén generando un caos en la licitación y resulten inconvenientes tanto para los recicladores como para las empresas de aseo.
Tampoco sorprende que la Uaesp haya validado dudosas organizaciones de recolectores informales. Entre los “recicladores” descubiertos en un informe de La Silla Vacía hay un exsargento del Ejército que sostuvo ante las cámaras que “al ver que había tanto abandono de los recicladores y que unos se creen recicladores y no reparten, por eso me metí yo”.
Por eso mismo se debe meter la alcaldesa (e), quien tiene la capacidad técnica y la responsabilidad política que no tiene la Uaesp. Al asumir el proceso, la alcaldesa López debe comenzar por dar las explicaciones que pide la Corte y seguir por replantear las reglas de la licitación sobre reciclaje. Tiene pocos días para hacer lo primero y escasos meses para hacer lo segundo. Y mostrar que es posible hacer una adjudicación limpia, donde quepan las grandes empresas y los recicladores genuinos.
*Miembro fundador de Dejusticia (www.dejusticia.org).
Fonte: Elespectador.com (22/08/2011)

sábado, 20 de agosto de 2011

“LIXOS URBANOS”

De: Jair do Amaral <jaircrescer@terra.com.br>


Algumas embalagens “ditas” recicláveis são verdadeiros “lixos urbanos”. 
Nas maiores e melhores das intenções as pessoas e cooperativas de reciclagem, acreditando na “causa” e na importância da coleta seletiva para geração de trabalho, renda e preservação ambiental, separam, coletam, processam, armazenam e “tentam” comercializar algumas embalagens que são, no mínimo, inconvenientes nesse meio ambiente.
O nosso e já bem conhecido símbolo da reciclagem está lá, demarcado nessas embalagens, mas as realidades logísticas, operacionais e mercadológicas desses resíduos os transformam em verdadeiros LIXOS no meio da reciclagem.
Cadê as empresas fabricantes destas embalagens ou que as utilizam para “abrigar” suas mercadorias ou produtos?
Cadê os fabricantes e utilizadores das embalagens laminadas que não oferecem as mínimas condições para que esses resíduos não vão parar no rejeito ou aterro sanitário? 
A destinação final é um transtorno pela falta de cliente. Quando este é localizado suas exigências de estoque e preços de compra são, no mínimo, uma brincadeira. As pessoas separam, a cooperativa coleta, tria, prensa, armazena e a comercialização é uma incógnita ou é feita só para não destinar ao aterro sanitário. As cooperativas são armazéns desse lixo, pois sua reciclagem não gera renda, só trabalho.
Nessa mesma toada podemos citar também as embalagens longa vida. Preço de mercado insignificante perante o trabalho que gera. Neste caso temos o agravante de que essas embalagens geram mau cheiro e atraem insetos e outros vetores que alimentam-se da podridão desses resíduos enquanto também é buscada uma alternativa rentável de comercialização. Difícil... Valor de mercado ridículo e exigências de estoque são para que as cooperativas fiquem com esse Lixo até não agüentar mais e “doar” para alguém.
Outra situação que é um absurdo é a do vidro. Esse material é o que mais gera acidente de trabalho numa cooperativa, é o que mais trabalho dá e o que menos renda gera. Sempre foi um transtorno. Para ser rentável, só vendendo para “garrafeiros”. Mas se uma cooperativa resolve fazer isto corre um sério risco de se ver envolvida com falsificação de bebidas, perfumes ou embalagens ilegais de palmitos, etc. 
Cadê os fabricantes e “utilizadores” destas embalagens? Onde está a logística reversa? Quando o valor desse “lixo” gerará renda para os catadores?
A incoerência é transparente quando falamos das tão famosas sacolinhas plásticas. Essa embalagem que tem (tinha) excelente valor de mercado e realmente gerava renda, além de trabalho, foram as escolhidas por supostos ambientalistas de escritório e especialistas na arte dos Erres (Rs) para demonstrar o desconhecimento na área.  Ainda bem que a justiça avaliou os empregos que estavam em jogo com esta ação paliativa de redução de resíduos. A utilização ou não do resíduo deve partir do consumidor e não proibir a embalagem, ao menos nos casos das verdadeiramente recicláveis e que geram renda na coleta seletiva. É a mesma situação de uma lei que proibiria a garupa nas motos para reduzir os assaltos. Prefiro que proibam as embalagens de salgadinhos, bolachas, bandejinhas de isopor, longa vida, etc…
Cadê os fabricantes ou utilizadores das embalagens de papelão colorido (misto – caixas de sapatos, pizzas, remédios, perfumes, enfim, quase tudo). Diferentemente das embalagens longa vida, essas não geram mau cheiro e não atraem ratos, baratas e insetos diversos, mas seu preço de mercado sempre foi ridículo e não vislumbramos a intervenção dos geradores desse “lixo” para que isso mude.
Cadê os fabricantes ou utilizadores das embalagens de Iogurtes (P.S.).  Mesma situação da longa vida, ou seja, difícil comercialização, péssimo na geração de renda  e atrativo de vetores diversos.
Podemos ir além e citar outros (isopor, jornal, revista, acrílico, tubos de TV e computador, lâmpadas, óleo vegetal usado, etc)... 
Já faz mais de um ano que a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada e este artigo/manifesto vem de quem trabalha e tenta fazer da coleta seletiva uma atividade rentável para populações em situação de risco social e que tem nesta atividade a clara situação prática do tripé da sustentabilidade (econômico, social e ambiental).
Chamo aqui a atenção desses fabricantes e marcas geradoras de resíduos não rentáveis e inconvenientes à coleta seletiva para que façam sua parte no compartilhamento da responsabilidade pra que estes “lixos urbanos” tornem-se resíduos recicláveis rentáveis.
JAIR DO AMARAL – COOPERADO FUNDADOR
COOPERATIVA DE RECICLAGEM CRESCER

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A história das coisas

Este vídeo já é um clássico da internet quando tratamos de consumo consciente. Organizado em formato de documentário, se utiliza de animações e do discurso da apresentadora Annie Leonardi para explicar os problemas da sociedade de consumo contemporânea.

A Historia da Garrafa de Água

Este documentário é continuidade da série História das Coisas e trata especificamente sobre a água engarrafada. O documentário faz uma avaliação da história do hábito de consumo de água mineral engarrafada e os problemas ambientais relacionados.



Vídeo da Cooperativa Avemare

Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Vila Esperança
Este video conta a história da cooperativa, desde os tempos em que o grupo trabalhava no lixão do Município de Santana de Parnaíba até mudança para um galpão de reciclagem, com todos os equipamentos para o desenvolvimento do trabalho, com apoio da prefeitura.

Relato de uma cooperada da Avemare - Dona Zô

Neste vídeo temos um lindo relato de uma cooperada da Avemare tratando da importância do trabalho em cooperativa. O vídeo foi produzido com apoio do Grupo Pão de Açucar e sintetiza a transformação do grupo que começou a se organizar no lixão, posteriormente firmou contrato com a prefeitura municipal e hoje é responsável por toda a coleta seletiva do município de Santana de Parnaíba, na grande São Paulo.



Consciente Coletivo

Série de filmes com curta metragem(2 min), que trata de consumo consciente. Foi produzido pelo Instituto Akatu e conta com um total de dez episódios. Um ótimo material para a educação para o consumo consciente, vale a pena conhecer.



domingo, 13 de março de 2011

Armário feito de fitas cassete, por Patrick Schuur

"Cassette Tape Closet", de Patrick Schuur. O armário é construído com 918 fitas cassetes que são parafusadas individualmente sobre um quadro de madeira.


(fonte: www.designboom.com)

Embalagem com argolas de garrafas reutilizadas – MIHO

A MIHO é um escritório de design que atua nas áreas de gráfico, produto e de moda. Trabalha conjugando estes serviços ao conceito de design consciente. Além de prestar serviços de design para outras empresas, a MIHO também desenvolve seus próprios produtos.
A MIHO, que desenvolveu a Coleção MIHO 2009, estimula o consumo consciente e sustentável. É por isso que defende o direito do cliente de se informar sobre todas as etapas da produção e todo o material utilizado.

As garrafas utilizadas na produção das embalagens são recolhidas diretamente após o uso pelos próprios fornecedores (buffets e adegas). Este vidro é recolhido e levado ao parceiro instituto Kairós, que faz a limpeza e o corte dos anéis.
A folha de fibra de bananeira e sua viscose são produzidas no instituto Kairós. Seu processo de produção é 100% artesanal, desde a colheita das folhas em cultura até o seu cozimento e secura ao sol.
Fabricado pela empresa Menegotti, a malha utilizada nas roupas (linha Ecologic) é 100% de algodão orgânico e seu tingimento é feito por pigmentos naturais, como a clorofila, imbuía, cebola, ipê roxo e cedro rosa dentre outros.
A tinta utilizada nas estampas é produzida industrialmente, constitui-se de pigmento orgânico e fixador ainda químico.
O catálogo manteve o conceito. Produzido pela empresa Sulamericana com papel Silprint 120g/m 100% reciclado.
(fonte: www.miho.com.br)

terça-feira, 8 de março de 2011

As polêmicas sacolinhas plásticas


Um dia desses fui a um daqueles eventos que oferecem aos participantes uma sacola reutilizável de algodão e escutei alguém dizendo: “Esta é uma sacola ecológica, reciclável e reciclada!”. Escutando isso, lembrei que existe uma grande confusão sobre o assunto. A maioria dos leitores com certeza já sabe, mas não custa esclarecer que uma sacola de algodão não é reciclada, e muito menos reciclável. Há alguns anos as sacolas plásticas começaram a ser consideradas vilãs. Estima-se que sejam utilizados vários trilhões de sacolas plásticas todos os anos, sem existir uma postura consciente por parte do consumidor. A sacola plástica recebe muitas críticas por ter uma decomposição muito lenta e permanecer durante anos poluindo o meio ambiente, por ser derivada do petróleo e ter um alto custo energético de produção e por emitir uma quantidade considerável de CO² em todo o seu ciclo de vida. Como as sacolas plásticas muitas vezes vão parar em lugares inadequados, animais são prejudicados por se alimentar de plástico depositado na natureza.
Devido a todos esses fatores, a mídia tem criticado este material e privilegiado as sacolas reutilizáveis de algodão. No entanto, nem a mídia e nem as empresas que entram na onda da sacola de algodão para fazer marketing (ou greenwashing em muitos casos) fazem uma análise crítica para oferecer as informações completas para que o consumidor tome uma decisão consciente.
Não pretendo aqui defender nem criticar uma ou outra, mas fazer um contraponto para promover a reflexão do leitor enquanto consumidor e formador de opinião e mostrar que a equação não é tão simples como dizer que as sacolas plásticas são vilãs e sacolas de algodão são heroínas. A escolha do material da sacola deve ser feita pensando em todo o seu ciclo de vida. O fato de uma sacola de algodão não ser feita a partir do petróleo não quer dizer que ela é a melhor opção, como muitos alegam.

Matéria-Prima
É importante lembrar que se todos passarem a utilizar sacolas de algodão, isso poderá gerar um impacto significativo na produção de algodão, incentivando a monocultura, provocando alterações de preços e prejudicando o meio ambiente por questões econômicas. O tratamento do algodão industrializado ou até mesmo artesanal pode passar por processos químicos como de alvejamento, que geram poluição e emissão de efluentes.

A Escolha
É claro que sacolas de plástico que são utilizadas apenas por alguns minutos para carregar as compras de mercado devem ser evitadas e que o consumo deve ser reduzido, mas é preciso escolher de que forma fazer isso sem gerar mais impacto. Ao chegar em um caixa de supermercado, queremos muitas vezes nos livrar da culpa por utilizar as mal faladas sacolinhas plásticas e queremos fazer bonito para os que estão ao nosso redor. Então vemos o “brilho ecologicamente correto” de uma sacolinha pendurada no caixa com uma etiqueta de preço que anuncia o produto a 2 reais. Vamos para casa leves e sem culpa, mas não pensamos em outros aspectos que deveria pensar um consumidor consciente: De onde veio a sacola, será que foi da China? Quanto custa a matéria-prima e como os trabalhadores envolvidos no processo foram remunerados? Eles tem direitos trabalhistas? A sacola é durável? E o que eu vou fazer com ela depois, ela é reciclável?

O Descarte
As sacolas de algodão, assim como muitos tipos de sacolas reutilizáveis que vem sendo vendidas como ecológicas, não podem ser recicladas. Se todos passarem a utilizar as sacolas de algodão, milhões de sacolas de algodão irão para os lixões e aterros sanitários, dificultando a degradação deste material, assim como acontece com as sacolas plásticas. As sacolas de algodão, muitas vezes recebem aplicação de tintas serigráficas, alças coloridas, etiquetas, outros tipos de tecido e detalhes que podem conter metais pesados ou outros componentes que contaminam o lençol freático e o meio ambiente.

Emissão de CO²
Li esta semana na Independent, uma matéria que fala sobre uma pesquisa que compara a emissão de CO² por 7 tipos de sacolas e alega que as sacolas plásticas emitem menos carbono que as sacolas de papel e de algodão. A matéria não apresenta dados confiáveis da pesquisa e não pode ser considerada como verdadeira sem saber como foi calculada essa emissão, mas não deixa de incentivar a todos a avaliarem o ciclo todo, com mais informações do que fornecem a televisão e as empresas que nos vendem seus produtos.


Ao utilizar sacolas plásticas deve-se evitar o excesso, usar somente o necessário e reutilizar as sacolas o maior número de vezes possível e, ao descartar, seja responsável pela destinação correta da sacola para a reciclagem. Se muitas sacolas vão parar no meio ambiente e prejudicam os animais, elas não o fazem por conta própria, mas sim porque alguém jogou em lugares inadequados. Se não tem coleta seletiva na sua rua, leve o seu material reciclável e as sacolas plásticas até um ponto de entrega voluntária ou para uma cooperativa.
Ao optar por sacolas reutilizáveis, dê preferência para aquelas feitas de material reciclado ou reciclável e, principalmente, opte pela qualidade. Uma sacola reutilizável só é ecológica ser for daquele tipo que nos acompanha a vida toda. Escolha sacolas com costuras bem feitas, materiais duráveis, e com formatos bastante úteis para carregar as compras. Em cidades menores ou para ir a lugares próximos como a feira por exemplo, pode ser adotada uma solução mais tradicional como os famosos carrinhos de feira. O importante não é usar as sacolas ou soluções que estão na moda, mas sim avaliar o que é melhor para a sua realidade e para o meio ambiente.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Imagens no lixo - Uma reflexão sobre o consumo

Os artistas plásticos Tim Nobles e Sue Webster, além de serem parceiros na vida, também o são na arte. Juntos desenvolveram uma série de obras muito interessante, integrada em exposições de Arte Contemporânea da Royal Academy de Londres. Por meio de efeitos de luz e sombra, o casal utiliza o lixo para a criação de imagens incríveis que proporcionam uma reflexão sobre nossa relação com o que consumimos.






quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Porque nem todos os materiais são recicláveis?

Quando destinamos nossos materiais recicláveis para a coleta seletiva é importante saber que nem tudo vai ser efetivamente reciclado. Mesmo que tudo seja reciclável, sempre uma parte deste material ainda é descartada em locais de destinação final de resíduos, como aterros e lixões, devido a diversos fatores.
Para entender melhor porque isso ocorre e responder à pergunta do título é importante lembrar que até recentemente não havia um marco legal regulatório em favor da reciclagem, deixando-a totalmente a mercê da viabilidade econômica.
A reciclagem é uma complexa cadeia produtiva composta por vários segmentos industriais independentes entre si. Estes segmentos atendem mercados diversos, abastecidos por uma rede de comércio de materiais recicláveis. Esta rede é suprida por resíduos domésticos, coletados por catadores ou programas municipais de coleta seletiva, e por resíduos recicláveis industriais.
Os materiais encaminhados para a reciclagem serão efetivamente reciclados se houver indústria que os recicle, e a existência dessa indústria é possível desde que a transformação seja economicamente viável.
Assim, podemos afirmar que, para que a reciclagem ocorra, o custo de coleta, transporte e transformação não pode inviabilizar a comercialização lucrativa dos produtos transformados, dentro dos diversos mercados que os consomem. Neste sentido quando não há viabilidade econômica para a transformação de um material, normalmente ele é considerado rejeito da reciclagem e acaba sendo tratado como lixo.
A partir deste raciocínio vamos tratar de dois elementos básicos que inviabilizam a reciclagem: por um lado a distância das indústrias, e por outro o custo de transformação.

Distância das indústrias
Quando falamos da distância das indústrias de transformação, percebemos que algumas vezes há materiais que são recicláveis em uma determinada região, mas não são em outra que está mais afastada das indústrias consumidoras. Por exemplo, as embalagens longa vida cartonadas, que nas regiões sul e sudeste tem relativa facilidade de comercialização, mas nas regiões mais distantes dos pólos produtivos a maior parte deste material é descartada junto ao lixo comum. O mesmo fator influencia na reciclagem de todos os materiais.

Materiais de difícil reciclagem
Muitos materiais, para serem efetivamente reciclados, precisam passar por processos de produção que encarecem a transformação e inviabilizam a reciclagem. É o caso das embalagens de bandejas de isopor, comuns nas redes de supermercados. Este material é utilizado na maior parte de vezes para acondicionar produtos como carnes e frios, que contaminam o material e inviabilizam a reciclagem, transformando-o em lixo comum.
Estes são alguns dos muitos fatores econômicos que podem inviabilizar uma reciclagem total dos materiais. Futuramente trataremos de mais fatores que interferem no desenvolvimento da reciclagem no Brasil.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Que tal aproveitar o finalzinho do lápis?

Sempre chega uma hora em que ele fica tão curto que não dá mais para escrever. E agora? Vejam algumas idéias interessantes!
A primeira é o 1+1=1, criação dos designers Hoyoung Lee, Youngwoo Park e Jinyoung Park. Uma invenção pra lá de simples e ao mesmo tempo genial que une os pedaços de lápis para criar um novo.



Outro produto interessante, também desenvolvido pelo designer Hoyoung Lee é a Impressora Pencil Printer. Ela imprime utilizando restos de lápis, separando o grafite da madeira, e ainda tem a opção de apagar alguma parte para corrigir erros.

Pencil Printer

Vídeo demonstrando como a impressora funciona – 2ª Versão

Mais informações clique aqui.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O filme “Lixo Extraordinário” estréia 21 de janeiro

O documentário "Lixo Extraordinário" ("Waste land"), dirigido pela britânica Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley estréia no dia 21 de janeiro. O filme retrata a trajetória do lixo dispensado no Jardim Gramacho, maior aterro sanitário da América Latina localizado na periferia de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, até ser transformado em arte pelas mãos do artista plástico Vik Muniz e seguir para prestigiadas casas de leilões internacionais.

Para quem não conhece ainda, Vik Muniz é um badalado artista paulistano, radicado em Nova York que realiza trabalhos com os materiais mais inusitados, que vão de sucatas a alimentos e diamantes. Em 2010 criou uma instalação especialmente para a abertura da novela Passione da Rede Globo e ficou ainda mais conhecido no Brasil. Os materiais de suas obras são retirarados do Lixão de Gramacho.

Obra que Vik Muniz criou especialmente para a abertura da novela 'Passione'.
Atlas (Carlão)

Vale a pena separar os materiais por cores?

Quando se trata de coleta seletiva, muitas pessoas lembram-se do sistema de separação por cores de acordo com o tipo de material. A grande questão é: Vale a pena separar por cores no Brasil?

O sistema de cores da reciclagem no Brasil é resultado de uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA - Resolução N° 275 De 25 de Abril 2001), que se baseou em modelos internacionais, sem uma avaliação consistente da sua aplicabilidade no contexto nacional.
A resolução considera que “a reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada e expandida no país, para reduzir o consumo de matérias-primas, recursos naturais não-renováveis, energia e água”, mas o fato é que a separação em cores não contribui com estes objetivos no contexto nacional.
Eis alguns motivos pelos quais não vale a pena separar por cores:

1)       Separação para o mercado da reciclagem:
No Brasil a base da cadeia produtiva da reciclagem são as unidades de triagem de materiais de origem pós-consumo, ou seja, os materiais separados do lixo comum doméstico. Todos esses estabelecimentos trabalham como uma indústria, em que existe uma só linha de produção, onde são separados todos os materiais oriundos da coleta. Sendo assim, a divisão em cores não facilita a separação.

2) Coleta de materiais recicláveis:
Muitas pessoas ficam decepcionadas ao saber que separaram o material em casa ou no trabalho pelo sistema de cores e, ao ser coletado, o material reciclável misturado novamente, sendo separado apenas do lixo comum. Se fosse realizada uma coleta com caminhão utilizando o sistema de cores, seria necessário que toda a organização da coleta fosse planejada em função delas. Ou o caminhão teria que ter compartimentos internos para cada tipo de material, ou a coleta precisaria ser feita com caminhões diferentes, específicos de cada cor e, posteriormente esses materiais deveriam ser encaminhados para organizações especializadas em cada tipo de material, o que não existe na realidade brasileira.

Estes são os principais aspectos que dificultam a implantação do sistema de cores. Atualmente ela é utilizada com caráter mais pedagógico do que prático. Nesse sentido, é importante refletirmos se não seria mais eficiente focar os esforços de educomunicação a fim de promover a separação de materiais recicláveis e lixo comum de forma mais simples e objetiva. Acreditamos que desta forma a reciclagem de resíduos seria de fato “incentivada, facilitada e expandida no país”, como considera a Resolução do Conama.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Lula participa do Natal dos catadores e população em situação de rua

No último dia da Expocatadores 2010, Lula assinou o aguardado decreto de regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o decreto que institui o Programa Pró-Catador.
Antes de iniciar seu discurso, o presidente pediu ao padre Júlio Lancelotti e a todos os presentes que fizessem uma oração pela saúde do vice-presidente José Alencar, que está hospitalizado.
Ao falar sobre os preconceitos enfrentados pelos catadores e pela população de rua, Lula afirmou que o problema é que muita gente ainda age como se vivesse em décadas passadas. “Há 20 anos, ninguém nunca poderia imaginar catadores reunidos com bancos”, disse. Lembrando o momento da entrega do selo “Amigo do Catador”, Lula aproveitou para fazer críticas aos municípios que ainda não contratam cooperativas para fazer a coleta seletiva.
Ele destacou que Dilma continuará o trabalho iniciado em seu governo. “Ela tratará vocês com respeito e carinho, como uma mãe”, disse.
Apesar de ser um dos últimos compromissos como presidente, Lula não evitou despedidas. “Estou deixando a presidência, mas se me convidarem eu venho no Natal do ano que vem. Meu compromisso com vocês não é de presidente, é de ser humano e brasileiro”, afirmou, emocionando a todos.
Fonte (texto e foto): http://expocatadores.com.br

sábado, 1 de janeiro de 2011

Política Nacional de Resíduos Sólidos entra em vigor prevendo multa ao consumidor

Para Idec, serão necessárias mais ações de educação para o consumo sustentável. Com responsabilidade compartilhada, multa aplicada aos consumidores após advertência pode chegar a R$ 500.


Os consumidores que não tratarem o lixo de maneira adequada poderão sofrer advertências e multas que variam entre R$ 50 e R$ 500. Isso é o que está previsto no decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que entrou em vigor na última quinta-feira (23), regulamentando a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em agosto deste ano.

A multa será aplicada apenas em casos de reincidência e pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

As punições seguem o princípio da responsabilidade compartilhada, pelos quais não apenas fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o governo (por meio dos serviços públicos de limpeza urbana), mas também os consumidores têm suas obrigações quanto à destinação adequada do lixo.

De acordo com a lei, "os consumidores são obrigados, sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal (.) ou quando instituídos sistemas de logística reversa, a acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução".

Para o Idec, a responsabilidade compartilhada é um avanço. Porém, para que o consumidor possa fazer a sua parte, o setor produtivo e os governos precisam dar condições para tal. É necessário que o caminho para descarte e reciclagem seja tão acessível ao consumidor quanto a compra dos produtos.

"Essa acessibilidade está relacionada à educação para o consumo sustentável. Todos os elos terão de redobrar os esforços nesse sentido", declarou a pesquisadora do Idec, Adriana Charoux. "Não basta ampliar os postos de coleta e punir os consumidores senão houver um amplo processo de sensibilização que mostre a importância de uma gestão responsável e compartilhada dos resíduos que geramos", acrescentou.

Pontos positivos:

Entre outros aspectos positivos da lei, destacam-se:

- Afirmação do conceito de ciclo de vida do produto, no qual se considera todas as etapas da cadeia de produção, desde o seu desenho e a escolha das matérias-primas até as formas de reciclagem e disposição final;

- Determinação de que as embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem e sejam restritas em volume e peso;

- Obrigação aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de estabelecerem sistema de retorno pós-consumo independente do serviço de limpeza pública para embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, produtos eletroeletrônicos e seus componentes;

- Estabelecimento de uma ordem de prioridade para a gestão dos resíduos sólidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

- Incentivo à criação e desenvolvimento de cooperativas de catadores de materiais recicláveis.

A lei também prevê multas para infrações ambientais, como a importação de resíduos sólidos perigosos, cujo valor pode chegar a R$ 10 milhões.

Fonte: IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (www.idec.org.br)

Fotógrafo Maurício Bustamante visita cooperativas de catadores no Brasil.

Em novembro, o fotógrafo argentino, que mora atualmente na Alemanha e trabalha para o Jornal da Rua de Hamburgo "Hinz & Kunzt" esteve no Brasil e visitou diversas cooperativas de catadores. 
Entre elas, vale ressaltar a Avemare - Cooperativa de Catadores da Vila Esperança, que realiza a coleta seletiva no município de Santana de Parnaíba (SP) em parceria com a prefeitura, e a Cooperyara, que realiza a coleta seletiva em Barueri (SP), também em parceria com a prefeitura do município. O resultado foram fotos incríveis! 
Veja mais fotos no site http://migre.me/3msjI


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