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domingo, 13 de março de 2011

Armário feito de fitas cassete, por Patrick Schuur

"Cassette Tape Closet", de Patrick Schuur. O armário é construído com 918 fitas cassetes que são parafusadas individualmente sobre um quadro de madeira.


(fonte: www.designboom.com)

Embalagem com argolas de garrafas reutilizadas – MIHO

A MIHO é um escritório de design que atua nas áreas de gráfico, produto e de moda. Trabalha conjugando estes serviços ao conceito de design consciente. Além de prestar serviços de design para outras empresas, a MIHO também desenvolve seus próprios produtos.
A MIHO, que desenvolveu a Coleção MIHO 2009, estimula o consumo consciente e sustentável. É por isso que defende o direito do cliente de se informar sobre todas as etapas da produção e todo o material utilizado.

As garrafas utilizadas na produção das embalagens são recolhidas diretamente após o uso pelos próprios fornecedores (buffets e adegas). Este vidro é recolhido e levado ao parceiro instituto Kairós, que faz a limpeza e o corte dos anéis.
A folha de fibra de bananeira e sua viscose são produzidas no instituto Kairós. Seu processo de produção é 100% artesanal, desde a colheita das folhas em cultura até o seu cozimento e secura ao sol.
Fabricado pela empresa Menegotti, a malha utilizada nas roupas (linha Ecologic) é 100% de algodão orgânico e seu tingimento é feito por pigmentos naturais, como a clorofila, imbuía, cebola, ipê roxo e cedro rosa dentre outros.
A tinta utilizada nas estampas é produzida industrialmente, constitui-se de pigmento orgânico e fixador ainda químico.
O catálogo manteve o conceito. Produzido pela empresa Sulamericana com papel Silprint 120g/m 100% reciclado.
(fonte: www.miho.com.br)

terça-feira, 8 de março de 2011

As polêmicas sacolinhas plásticas


Um dia desses fui a um daqueles eventos que oferecem aos participantes uma sacola reutilizável de algodão e escutei alguém dizendo: “Esta é uma sacola ecológica, reciclável e reciclada!”. Escutando isso, lembrei que existe uma grande confusão sobre o assunto. A maioria dos leitores com certeza já sabe, mas não custa esclarecer que uma sacola de algodão não é reciclada, e muito menos reciclável. Há alguns anos as sacolas plásticas começaram a ser consideradas vilãs. Estima-se que sejam utilizados vários trilhões de sacolas plásticas todos os anos, sem existir uma postura consciente por parte do consumidor. A sacola plástica recebe muitas críticas por ter uma decomposição muito lenta e permanecer durante anos poluindo o meio ambiente, por ser derivada do petróleo e ter um alto custo energético de produção e por emitir uma quantidade considerável de CO² em todo o seu ciclo de vida. Como as sacolas plásticas muitas vezes vão parar em lugares inadequados, animais são prejudicados por se alimentar de plástico depositado na natureza.
Devido a todos esses fatores, a mídia tem criticado este material e privilegiado as sacolas reutilizáveis de algodão. No entanto, nem a mídia e nem as empresas que entram na onda da sacola de algodão para fazer marketing (ou greenwashing em muitos casos) fazem uma análise crítica para oferecer as informações completas para que o consumidor tome uma decisão consciente.
Não pretendo aqui defender nem criticar uma ou outra, mas fazer um contraponto para promover a reflexão do leitor enquanto consumidor e formador de opinião e mostrar que a equação não é tão simples como dizer que as sacolas plásticas são vilãs e sacolas de algodão são heroínas. A escolha do material da sacola deve ser feita pensando em todo o seu ciclo de vida. O fato de uma sacola de algodão não ser feita a partir do petróleo não quer dizer que ela é a melhor opção, como muitos alegam.

Matéria-Prima
É importante lembrar que se todos passarem a utilizar sacolas de algodão, isso poderá gerar um impacto significativo na produção de algodão, incentivando a monocultura, provocando alterações de preços e prejudicando o meio ambiente por questões econômicas. O tratamento do algodão industrializado ou até mesmo artesanal pode passar por processos químicos como de alvejamento, que geram poluição e emissão de efluentes.

A Escolha
É claro que sacolas de plástico que são utilizadas apenas por alguns minutos para carregar as compras de mercado devem ser evitadas e que o consumo deve ser reduzido, mas é preciso escolher de que forma fazer isso sem gerar mais impacto. Ao chegar em um caixa de supermercado, queremos muitas vezes nos livrar da culpa por utilizar as mal faladas sacolinhas plásticas e queremos fazer bonito para os que estão ao nosso redor. Então vemos o “brilho ecologicamente correto” de uma sacolinha pendurada no caixa com uma etiqueta de preço que anuncia o produto a 2 reais. Vamos para casa leves e sem culpa, mas não pensamos em outros aspectos que deveria pensar um consumidor consciente: De onde veio a sacola, será que foi da China? Quanto custa a matéria-prima e como os trabalhadores envolvidos no processo foram remunerados? Eles tem direitos trabalhistas? A sacola é durável? E o que eu vou fazer com ela depois, ela é reciclável?

O Descarte
As sacolas de algodão, assim como muitos tipos de sacolas reutilizáveis que vem sendo vendidas como ecológicas, não podem ser recicladas. Se todos passarem a utilizar as sacolas de algodão, milhões de sacolas de algodão irão para os lixões e aterros sanitários, dificultando a degradação deste material, assim como acontece com as sacolas plásticas. As sacolas de algodão, muitas vezes recebem aplicação de tintas serigráficas, alças coloridas, etiquetas, outros tipos de tecido e detalhes que podem conter metais pesados ou outros componentes que contaminam o lençol freático e o meio ambiente.

Emissão de CO²
Li esta semana na Independent, uma matéria que fala sobre uma pesquisa que compara a emissão de CO² por 7 tipos de sacolas e alega que as sacolas plásticas emitem menos carbono que as sacolas de papel e de algodão. A matéria não apresenta dados confiáveis da pesquisa e não pode ser considerada como verdadeira sem saber como foi calculada essa emissão, mas não deixa de incentivar a todos a avaliarem o ciclo todo, com mais informações do que fornecem a televisão e as empresas que nos vendem seus produtos.


Ao utilizar sacolas plásticas deve-se evitar o excesso, usar somente o necessário e reutilizar as sacolas o maior número de vezes possível e, ao descartar, seja responsável pela destinação correta da sacola para a reciclagem. Se muitas sacolas vão parar no meio ambiente e prejudicam os animais, elas não o fazem por conta própria, mas sim porque alguém jogou em lugares inadequados. Se não tem coleta seletiva na sua rua, leve o seu material reciclável e as sacolas plásticas até um ponto de entrega voluntária ou para uma cooperativa.
Ao optar por sacolas reutilizáveis, dê preferência para aquelas feitas de material reciclado ou reciclável e, principalmente, opte pela qualidade. Uma sacola reutilizável só é ecológica ser for daquele tipo que nos acompanha a vida toda. Escolha sacolas com costuras bem feitas, materiais duráveis, e com formatos bastante úteis para carregar as compras. Em cidades menores ou para ir a lugares próximos como a feira por exemplo, pode ser adotada uma solução mais tradicional como os famosos carrinhos de feira. O importante não é usar as sacolas ou soluções que estão na moda, mas sim avaliar o que é melhor para a sua realidade e para o meio ambiente.
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