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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Porque nem todos os materiais são recicláveis?

Quando destinamos nossos materiais recicláveis para a coleta seletiva é importante saber que nem tudo vai ser efetivamente reciclado. Mesmo que tudo seja reciclável, sempre uma parte deste material ainda é descartada em locais de destinação final de resíduos, como aterros e lixões, devido a diversos fatores.
Para entender melhor porque isso ocorre e responder à pergunta do título é importante lembrar que até recentemente não havia um marco legal regulatório em favor da reciclagem, deixando-a totalmente a mercê da viabilidade econômica.
A reciclagem é uma complexa cadeia produtiva composta por vários segmentos industriais independentes entre si. Estes segmentos atendem mercados diversos, abastecidos por uma rede de comércio de materiais recicláveis. Esta rede é suprida por resíduos domésticos, coletados por catadores ou programas municipais de coleta seletiva, e por resíduos recicláveis industriais.
Os materiais encaminhados para a reciclagem serão efetivamente reciclados se houver indústria que os recicle, e a existência dessa indústria é possível desde que a transformação seja economicamente viável.
Assim, podemos afirmar que, para que a reciclagem ocorra, o custo de coleta, transporte e transformação não pode inviabilizar a comercialização lucrativa dos produtos transformados, dentro dos diversos mercados que os consomem. Neste sentido quando não há viabilidade econômica para a transformação de um material, normalmente ele é considerado rejeito da reciclagem e acaba sendo tratado como lixo.
A partir deste raciocínio vamos tratar de dois elementos básicos que inviabilizam a reciclagem: por um lado a distância das indústrias, e por outro o custo de transformação.

Distância das indústrias
Quando falamos da distância das indústrias de transformação, percebemos que algumas vezes há materiais que são recicláveis em uma determinada região, mas não são em outra que está mais afastada das indústrias consumidoras. Por exemplo, as embalagens longa vida cartonadas, que nas regiões sul e sudeste tem relativa facilidade de comercialização, mas nas regiões mais distantes dos pólos produtivos a maior parte deste material é descartada junto ao lixo comum. O mesmo fator influencia na reciclagem de todos os materiais.

Materiais de difícil reciclagem
Muitos materiais, para serem efetivamente reciclados, precisam passar por processos de produção que encarecem a transformação e inviabilizam a reciclagem. É o caso das embalagens de bandejas de isopor, comuns nas redes de supermercados. Este material é utilizado na maior parte de vezes para acondicionar produtos como carnes e frios, que contaminam o material e inviabilizam a reciclagem, transformando-o em lixo comum.
Estes são alguns dos muitos fatores econômicos que podem inviabilizar uma reciclagem total dos materiais. Futuramente trataremos de mais fatores que interferem no desenvolvimento da reciclagem no Brasil.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Que tal aproveitar o finalzinho do lápis?

Sempre chega uma hora em que ele fica tão curto que não dá mais para escrever. E agora? Vejam algumas idéias interessantes!
A primeira é o 1+1=1, criação dos designers Hoyoung Lee, Youngwoo Park e Jinyoung Park. Uma invenção pra lá de simples e ao mesmo tempo genial que une os pedaços de lápis para criar um novo.



Outro produto interessante, também desenvolvido pelo designer Hoyoung Lee é a Impressora Pencil Printer. Ela imprime utilizando restos de lápis, separando o grafite da madeira, e ainda tem a opção de apagar alguma parte para corrigir erros.

Pencil Printer

Vídeo demonstrando como a impressora funciona – 2ª Versão

Mais informações clique aqui.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O filme “Lixo Extraordinário” estréia 21 de janeiro

O documentário "Lixo Extraordinário" ("Waste land"), dirigido pela britânica Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley estréia no dia 21 de janeiro. O filme retrata a trajetória do lixo dispensado no Jardim Gramacho, maior aterro sanitário da América Latina localizado na periferia de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, até ser transformado em arte pelas mãos do artista plástico Vik Muniz e seguir para prestigiadas casas de leilões internacionais.

Para quem não conhece ainda, Vik Muniz é um badalado artista paulistano, radicado em Nova York que realiza trabalhos com os materiais mais inusitados, que vão de sucatas a alimentos e diamantes. Em 2010 criou uma instalação especialmente para a abertura da novela Passione da Rede Globo e ficou ainda mais conhecido no Brasil. Os materiais de suas obras são retirarados do Lixão de Gramacho.

Obra que Vik Muniz criou especialmente para a abertura da novela 'Passione'.
Atlas (Carlão)

Vale a pena separar os materiais por cores?

Quando se trata de coleta seletiva, muitas pessoas lembram-se do sistema de separação por cores de acordo com o tipo de material. A grande questão é: Vale a pena separar por cores no Brasil?

O sistema de cores da reciclagem no Brasil é resultado de uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA - Resolução N° 275 De 25 de Abril 2001), que se baseou em modelos internacionais, sem uma avaliação consistente da sua aplicabilidade no contexto nacional.
A resolução considera que “a reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada e expandida no país, para reduzir o consumo de matérias-primas, recursos naturais não-renováveis, energia e água”, mas o fato é que a separação em cores não contribui com estes objetivos no contexto nacional.
Eis alguns motivos pelos quais não vale a pena separar por cores:

1)       Separação para o mercado da reciclagem:
No Brasil a base da cadeia produtiva da reciclagem são as unidades de triagem de materiais de origem pós-consumo, ou seja, os materiais separados do lixo comum doméstico. Todos esses estabelecimentos trabalham como uma indústria, em que existe uma só linha de produção, onde são separados todos os materiais oriundos da coleta. Sendo assim, a divisão em cores não facilita a separação.

2) Coleta de materiais recicláveis:
Muitas pessoas ficam decepcionadas ao saber que separaram o material em casa ou no trabalho pelo sistema de cores e, ao ser coletado, o material reciclável misturado novamente, sendo separado apenas do lixo comum. Se fosse realizada uma coleta com caminhão utilizando o sistema de cores, seria necessário que toda a organização da coleta fosse planejada em função delas. Ou o caminhão teria que ter compartimentos internos para cada tipo de material, ou a coleta precisaria ser feita com caminhões diferentes, específicos de cada cor e, posteriormente esses materiais deveriam ser encaminhados para organizações especializadas em cada tipo de material, o que não existe na realidade brasileira.

Estes são os principais aspectos que dificultam a implantação do sistema de cores. Atualmente ela é utilizada com caráter mais pedagógico do que prático. Nesse sentido, é importante refletirmos se não seria mais eficiente focar os esforços de educomunicação a fim de promover a separação de materiais recicláveis e lixo comum de forma mais simples e objetiva. Acreditamos que desta forma a reciclagem de resíduos seria de fato “incentivada, facilitada e expandida no país”, como considera a Resolução do Conama.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Lula participa do Natal dos catadores e população em situação de rua

No último dia da Expocatadores 2010, Lula assinou o aguardado decreto de regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o decreto que institui o Programa Pró-Catador.
Antes de iniciar seu discurso, o presidente pediu ao padre Júlio Lancelotti e a todos os presentes que fizessem uma oração pela saúde do vice-presidente José Alencar, que está hospitalizado.
Ao falar sobre os preconceitos enfrentados pelos catadores e pela população de rua, Lula afirmou que o problema é que muita gente ainda age como se vivesse em décadas passadas. “Há 20 anos, ninguém nunca poderia imaginar catadores reunidos com bancos”, disse. Lembrando o momento da entrega do selo “Amigo do Catador”, Lula aproveitou para fazer críticas aos municípios que ainda não contratam cooperativas para fazer a coleta seletiva.
Ele destacou que Dilma continuará o trabalho iniciado em seu governo. “Ela tratará vocês com respeito e carinho, como uma mãe”, disse.
Apesar de ser um dos últimos compromissos como presidente, Lula não evitou despedidas. “Estou deixando a presidência, mas se me convidarem eu venho no Natal do ano que vem. Meu compromisso com vocês não é de presidente, é de ser humano e brasileiro”, afirmou, emocionando a todos.
Fonte (texto e foto): http://expocatadores.com.br

sábado, 1 de janeiro de 2011

Política Nacional de Resíduos Sólidos entra em vigor prevendo multa ao consumidor

Para Idec, serão necessárias mais ações de educação para o consumo sustentável. Com responsabilidade compartilhada, multa aplicada aos consumidores após advertência pode chegar a R$ 500.


Os consumidores que não tratarem o lixo de maneira adequada poderão sofrer advertências e multas que variam entre R$ 50 e R$ 500. Isso é o que está previsto no decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que entrou em vigor na última quinta-feira (23), regulamentando a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em agosto deste ano.

A multa será aplicada apenas em casos de reincidência e pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

As punições seguem o princípio da responsabilidade compartilhada, pelos quais não apenas fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o governo (por meio dos serviços públicos de limpeza urbana), mas também os consumidores têm suas obrigações quanto à destinação adequada do lixo.

De acordo com a lei, "os consumidores são obrigados, sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal (.) ou quando instituídos sistemas de logística reversa, a acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução".

Para o Idec, a responsabilidade compartilhada é um avanço. Porém, para que o consumidor possa fazer a sua parte, o setor produtivo e os governos precisam dar condições para tal. É necessário que o caminho para descarte e reciclagem seja tão acessível ao consumidor quanto a compra dos produtos.

"Essa acessibilidade está relacionada à educação para o consumo sustentável. Todos os elos terão de redobrar os esforços nesse sentido", declarou a pesquisadora do Idec, Adriana Charoux. "Não basta ampliar os postos de coleta e punir os consumidores senão houver um amplo processo de sensibilização que mostre a importância de uma gestão responsável e compartilhada dos resíduos que geramos", acrescentou.

Pontos positivos:

Entre outros aspectos positivos da lei, destacam-se:

- Afirmação do conceito de ciclo de vida do produto, no qual se considera todas as etapas da cadeia de produção, desde o seu desenho e a escolha das matérias-primas até as formas de reciclagem e disposição final;

- Determinação de que as embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem e sejam restritas em volume e peso;

- Obrigação aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de estabelecerem sistema de retorno pós-consumo independente do serviço de limpeza pública para embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, produtos eletroeletrônicos e seus componentes;

- Estabelecimento de uma ordem de prioridade para a gestão dos resíduos sólidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

- Incentivo à criação e desenvolvimento de cooperativas de catadores de materiais recicláveis.

A lei também prevê multas para infrações ambientais, como a importação de resíduos sólidos perigosos, cujo valor pode chegar a R$ 10 milhões.

Fonte: IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (www.idec.org.br)

Fotógrafo Maurício Bustamante visita cooperativas de catadores no Brasil.

Em novembro, o fotógrafo argentino, que mora atualmente na Alemanha e trabalha para o Jornal da Rua de Hamburgo "Hinz & Kunzt" esteve no Brasil e visitou diversas cooperativas de catadores. 
Entre elas, vale ressaltar a Avemare - Cooperativa de Catadores da Vila Esperança, que realiza a coleta seletiva no município de Santana de Parnaíba (SP) em parceria com a prefeitura, e a Cooperyara, que realiza a coleta seletiva em Barueri (SP), também em parceria com a prefeitura do município. O resultado foram fotos incríveis! 
Veja mais fotos no site http://migre.me/3msjI


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