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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ministério do Meio Ambiente otimista em relação aos acordos setoriais


O diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Silvano da Costa, disse, nesta quarta-feira (21/11), que até o final de junho de 2013 o governo deverá fechar acordos com cinco cadeias do setor privado para viabilizar a coleta de materiais para reciclagem ou reutilização. A primeira deverá ser a cadeia de embalagens de plástico de óleos lubrificantes.

Costa participou de audiência pública das comissões de Desenvolvimento Urbano e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável sobre incentivos à indústria da reciclagem. Segundo ele, o primeiro acordo garante que toda embalagem que for utilizada em postos de serviços e concessionárias terá uma destinação adequada desse resíduo, portanto, para reciclagem e, eventualmente, para reutilização. Hoje, apenas 1% do lixo é reciclado, mas este potencial é de 20%.

O representante da Federação das Indústrias do Paraná, Cláudio Letreille, disse que a indústria têxtil do estado tem pelo menos 300 toneladas de restos que poderiam ser aproveitados. Ele pediu apoio para pesquisas que viabilizem essa reciclagem. 

BNDES

Já a chefe do Departamento de Economia Solidária do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Daniela Arantes Alves Lima, explicou que o banco tem linhas para financiar praticamente toda a indústria da reciclagem nas etapas de coleta, tratamento, reaproveitamento e destinação dos resíduos.

A deputada Rosane Ferreira (PV-PR) revelou que pretende continuar a discussão com a área tributária do governo. Ela considera “primordial” ouvir o Ministério da Fazenda e o Conselho Nacional de Política Fazendária. “Se a gente quer uma indústria produtiva, competitiva, que ajude no cuidado ambiental - é essa a razão da indústria da reciclagem -nós precisamos facilitar a vida delas e, para isso, a isenção fiscal é fundamental."

O representante do Ministério do Meio Ambiente informou que existe um grupo técnico no governo encarregado de elaborar um estudo sobre incentivos fiscais para a indústria da reciclagem.

(*) Da Agência Câmara
Fonte: Site Ministério do Meio Ambiente

Curitiba testa novo sistema de coleta de lixo

Fonte: Jornale

Um novo sistema de armazenagem de lixo, em que os resíduos depositados pela população não ficam expostos no meio ambiente. Os testes da chamada coleta conteinerizada subterrânea estão sendo feitos em uma área no Parque Barigui.

O sistema está sendo implantado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e consiste em sete ilhas, com dois totens, para lixo orgânico e inorgânico ligados a conteiners com quatro metros cúbicos de capacidade de armazenagem. “É um sistema novo que diminui o impacto visual causado pelo acúmulo do lixo, inibe a ação de animais que muitas vezes espalham o lixo pelos arredores e ainda a proliferação de odores e insetos”, afirmou o prefeito Luciano Ducci.

Para a coleta, a empresa responsável pelo recolhimento do lixo, adaptou um caminhão com uma grua, que funciona de maneira semi-automática. O sistema não teve nenhum custo para o município e ficará em testes por seis meses.

“A coleta continua sendo feita três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas-feiras. Neste primeiro momento um caminhão será responsável por este serviço, já que as ilhas foram instaladas apenas no Parque Barigui”, ressalta Edélcio Marques, diretor do departamento de limpeza pública da Secretaria do Meio Ambiente.

Além deste caminhão adaptado, a secretaria está adaptando mais um caminhão compactador com redução no fator de prensa. Este caminhão será responsável por recolher o lixo reciclável armazenado nas ilhas.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Brasileiros estão dispostos a separar o lixo em casa, mostra pesquisa Ibope


Pesquisa aponta ainda que 36% não concordam com a existência de uma taxa do lixo
28 de novembro de 2012 
Fonte: Agência Brasil
SÃO PAULO - A maioria (85%) dos brasileiros que ainda não conta com coleta seletiva estaria disposta a separar o lixo em suas casas, caso o serviço fosse oferecido nos municípios, aponta pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 28, pelo Programa Água Brasil. Apenas 13% dos entrevistados declararam que não fariam a separação dos resíduos e 2% não sabem ou não responderam. O estudo, encomendado ao Ibope, entrevistou 2.002 pessoas em todas capitais e mais 73 municípios, em novembro do ano passado.
Apesar da disposição em contribuir para a destinação adequada dos resíduos sólidos, o porcentual dos que não têm meios para o descarte sustentável chega a 64% dos entrevistados. A quantidade de pessoas que contam com coleta seletiva ou que têm algum local para deixar o material separado representa 35% da amostra.
Em relação aos produtos que costumam ser separados nessas casas, as latas de alumínio ficam em primeiro lugar, com 75%, seguidas pelos plásticos (68%), papéis e papelões (62%) e vidros (55%). Os eletrônicos, por outro lado, são separados por apenas 10% dos entrevistados. Cerca de 9% dos entrevistados não separam nenhum material mesmo que o serviço de coleta seletiva esteja implantado na sua região.
Dos que contam com o serviço de coleta seletiva, metade (50%) dos casos tem a prefeitura como responsável pelo trabalho. Catadores de rua (26%), cooperativas (12%) e local de entrega (9%) aparecem em seguida dentre os meios de coleta disponíveis.
O estudo aponta também que a proposta de uma tarifa relacionada ao lixo divide opiniões. A ideia de que quem produz mais resíduos deve pagar uma quantia maior é aprovada completamente por 13% dos entrevistados, 23% concordam parcialmente. Os que discordam completamente a respeito do pagamento da taxa somam 36%. Há ainda os que não concordam, nem discordam (16%) e os que discordam em parte, com 10%.
Na hora de consumir, práticas sustentáveis ainda são deixadas de lado. Preço, condições de pagamento, durabilidade do produto e marca lideram as preocupações do consumidor brasileiro. O valor do produto, por exemplo, é considerado um aspecto fundamental por 70% dos entrevistados. Características do produto ligadas à sustentabilidade, no entanto, como os meios utilizados na produção, o tempo que o produto leva para desaparecer na natureza e o fato de a embalagem ser reciclável, ficam em segundo plano.
Os entrevistados responderam ainda quais produtos devem ser menos usados em suas casas nos próximos três anos. O campeão foi a sacola plástica. O produto é comprado com frequência em 80% das residências, mas 34% dos entrevistados esperam reduzir o consumo. Em seguida aparecem os copos descartáveis (31%), bandejas de isopor (22%) e garrafas PET (21%). No fim da lista, entre os que devem permanecer com alto porcentual de consumo, estão os produtos de limpeza perfumados. Apenas 9% estimam que irão reduzir o uso desses materiais.
O Programa Água Brasil é uma iniciativa do Banco do Brasil, da Fundação Banco do Brasil, da Agência Nacional de Águas (ANA) e da organização não governamental WWF-Brasil, com intuito de fomentar práticas sustentáveis no campo e na cidade.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Santa Cruz do Sul (RS) assinou contrato de prestação de serviço com organização de catadores



Representantes da Coomcat participaram do ato de assinatura 
Foto: Santa Cruz do Sul/Larissa Moritzen

Nesta segunda feira (10/12/2012), a cooperativa COOMCAT e a prefeitura de Santa Cruz do Sul(RS), assinaram um contrato de prestação de serviços, onde a cooperativa receberá remuneração pela prestação de serviço de coleta seletiva.
Parabéns para a prefeitura, que criou coragem para dar uma passo tão importante na gestão dos resíduos sólidos municipais, e parabéns também aos catadores que tanto lutaram para conseguir esta conquista.
Vamos todos torcer para o sucesso desta iniciativa e que ela sirva de modelo para outras prefeituras no âmbito nacional que ainda não fazem uso da nova Política Nacional de Saneamento Básico 11445/2010, que prevê a contratação das organizações de catadores com a dispensa de licitação.

Catadores querem inclusão na cadeia de materiais recicláveis durante Copa do Mundo


01/12/2012
São Paulo – A gestão de resíduos sólidos nos grandes eventos, inclusive a Copa do Mundo de 2014, é uma das principais expectativas de catadores de materiais recicláveis de todo o país. O tema foi debatido desta semana durante os três dias da Expoctadores, evento que reuniu em São Paulo centenas de catadores, além de empresas, gestores públicos e organizações da sociedade civil dedicadas ao tema da sustentabilidade.
“Nossa preocupação é que as embalagens e todos os descartáveis produzidos durante a Copa possam ser mais sustentáveis, contribuindo assim para a diminuição de resíduos para o meio ambiente”, afirmou à RBA Roberto Laureano da Rocha, membro da coordenação do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). “Também buscamos nossa inserção na prestação desse serviço de recolha desses materiais, para destiná-lo de forma correta, impedindo que sejam encaminhados aos aterros sanitários ou lixões.”
Além de fonte de materiais reutilizáveis – e de renda para os catadores –, a Copa do Mundo também é vista como oportunidade para alavancar a reciclagem no Brasil, inclusive de um produto que não costuma figurar entre os campeões da coleta seletiva: o óleo vegetal. De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Ibope por encomenda da organização ambientalista WWF, apenas 21% dos brasileiros atendidos pelo serviço se lembra de separar o óleo e enviá-lo para a reciclagem.
Vitrine
Segundo o especialista em reutilização de resíduos Vinícius Scaramel, nem mesmo os trabalhadores do setor têm consciência de que o óleo vegetal pode ser reciclado. “Normalmente, quando encontra uma garrafa plástica cheia de óleo na rua, o catador acaba esvaziando seu conteúdo pra ficar apenas com a PET”, conta, “muitas vezes sem saber que o litro de óleo vale mais do que o quilo do plástico nos postos de reciclagem.”
Mas não se trata apenas de dinheiro. Scaramel lembra que apenas um litro de óleo vegetal – aquele que jogamos na pia depois de fritar a mistura do almoço – é capaz de poluir até 25 mil litros de água. “O Brasil consome 1,6 bilhão e descarta 1,4 bilhão de litros de óleo por ano”, sustenta, com base em levantamento realizado pela Casa Civil da Presidência da República. “Apenas 160 milhões de litros são reciclados” – em parte graças ao trabalho de catadores que já despertaram para a questão.
Scaramel representa um projeto chamado Bioplanet, que conta com apoio de instituições governamentais e empresariais, além de organizações de catadores, para atingir a meta de produzir no país 25 milhões de litros de biodiesel a partir de óleo vegetal reciclado até 2014. “A Copa será a vitrine para mostrar nosso trabalho”, propõe. Daí a ideia de colocar ônibus movidos com biodiesel reciclado para transportar os jogadores da Seleção até o estádio nos dias de jogos, quando há ampla cobertura da mídia mundial.
Transparência
A Copa do Mundo também é mote para o trabalho que o Instituto Ethos veio apresentar na Expocatadores. A entidade trabalha pela responsabilidade social das empresas e pela transparência da gestão governamental. E é transparência que a iniciativa “Jogos limpos dentro e fora dos estádios” pretende espraiar pela gestão das obras que estão sendo realizadas nas 12 cidades brasileiras que sediarão as partidas do principal torneio de futebol do planeta. “Queremos empoderar a sociedade para exercer o controle social, garantir a transparência na administração dos recursos e viabilizar melhores políticas públicas”, explica Felipe Saboya, que coordena o projeto pelo Instituto Ethos.
Talvez o maior objetivo da transparência seja evitar a corrupção. Por isso, o “Jogos limpos dentro e fora dos estádios” está firmando acordos com empresas líderes dos setores hospitalar, construção civil, energia e transporte para que primem pela integridade – sobretudo quando forem assinar contratos com o poder público. Outra estratégia é a elaboração de indicadores de transparência, que vão classificar periodicamente as cidades-sede de acordo com a rapidez, qualidade e quantidade de informação sobre a Copa que suas prefeituras disponibilizam à sociedade.
O ranking se apoia sobre a Lei de Acesso à Informação, que passou a vigorar em todo o país no último 16 de maio, e determina que todas as instituições públicas e governamentais devem prestar informações requeridas por quem quer que seja em no máximo 20 dias. Os primeiros resultados já saíram. “As cidades-sede mais transparentes até agora foram Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS)”, informa Saboya, destacando que ainda assim estão longe do ideial. “As demais capitais possuem todas nível muito baixo de transparência.”

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Catadores se preparam para a exportação de sucatas

No dia 23 de novembro de 2012, representantes do Movimento Nacional dos Catadores (MNCR) realizaram visita técnica a empresas de comércio de sucatas para aprender como organizar a produção de sucata das cooperativas para exportação.
O ponto alto da visita foi a empresa RFR Com. e Reciclagem Metais Ltda, que se comprometeu em apoiar os catadores nesse processo. Na empresa, eles conhecerem um equipamento chamado Shredder, que mói e descontamina a sucata ferrosa, preparando-a para a exportação (fotos abaixo).

(Foto: Cicla Brasil)

(Foto: Cicla Brasil)

A visita foi promovida pelo Sindicato das Empresas de Sucata Ferro e Aço, Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço e Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cooper Viva Bem planeja organização do novo galpão

A Cicla Brasil participou no último sábado, 01 de dezembro, de uma Roda de Diálogo com técnicos convidados e catadores cooperados da Cooper Viva Bem, localizada no município de São Paulo. 
O evento foi organizado pela ITCP-FGV (Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da FGV) e utilizou a metodologia OASIS para o planejamento do layout do galpão. O grupo está sendo realocado de um espaço maior para um menor e encontra um grande desafio para manter a sua produtividade.
Este encontro foi o primeiro de vários com o objetivo de fortalecer a organização, contando com a colaboração de diversos parceiros.
No dia 15/12 haverá um mutirão para implementação de algumas das mudanças necessárias. Os interessados em participar podem entrar em contato conosco pelo email contato@ciclabrasil.com.br

(Foto: Cicla Brasil)

(Foto: Cicla Brasil)

Software CataFácil lança site na Expo Catadores


No dia 28 de novembro de 2012, durante a Expo Catadores, foi colocado no ar o site do software Cata Fácil, uma tecnologia que vai apoiar a profissionalização das organizações de catadores, por meio a automação dos processos de gestão.
O software, que possui uma interface amigável e ferramentas desenvolvidas especificamente para a realidade das cooperativas e associações, tem como objetivo aumentar a autonomia das organizações de catadores, a transparência nos processos internos e apoiar as organizações na prestação de serviços ligados à gestão de resíduos de coleta seletiva.

Para maiores informações visite o site clicando aqui.

Cicla Brasil é reconhecida pelo Prêmio Laureate Brasil 2012 - Jovem Empreendedor Social

A semana passada foi marcada por vários eventos importantes para a Cicla Brasil. Na última sexta-feira, 30 de novembro, na cidade de São Paulo, Kellen Ribas, sócia e fundadora da Cicla Brasil recebeu o Prêmio Laureate Brasil 2012 - Jovem Empreendedor Social.
O Prêmio Laureate Brasil faz parte do Programa Iam e do Programa Iniciativa Jovem UnP, que é uma parceria entre a Universidade Anhembi Morumbi, a Universidade Potiguar, a Sylvan/Laureate Foundation e a International Youth Foundation e integra o programa global YouthActionNet. 
Para mais informações, visite o site do prêmio.




Confira abaixo os 10 premiados:

Aline Souza da Silva - Moeda Social ORPAS - Fortalecimento Econômico / Desenvolvimento Comunitário - São Paulo/SP
Enderson Araújo de Jesus Santos - Mídia Periférica – Comunicação -    Salvador/BA
Gisele Oliveira da Silva - Escutando a surdez: Espaços de diálogos e conscientização política      Saúde / Direitos Humanos - Natal/RN   
Guilherme Cepeda Carocia - Burn Book - Educação / Comunicação       São Paulo/SP
Josiely Chaves Rodrigues Souza - Projeto Ampliando Horizontes - Educação / Educação Complementar - Nova Lima/MG   
Juliano Luis Palm - Sobrado Cultural Rural - Inclusão Social / Cultura - Bom Jardim/RJ       
Kellen Almeida Ribas de Carvalho - Cicla Brasil - Fortalecimento Econômico / Geração de Renda - São Paulo/SP    
Kleidson Daniel Medeiros Leopoldino - Incubadora OASIS - Fortalecimento Econômico / Geração de Renda - Natal/RN
Mayura Okura - B2Blue.com – Valorizando seu Resíduo - Meio Ambiente / Negócios Sociais - São Paulo/SP
Rodrigo Santos Sousa - Click na Lata e Cia… - Educação / Comunicação - São Paulo/SP


EXPO CATADORES 2012 SUPERA EXPECTATIVA E ATRAI PÚBLICO DE 7.500 PESSOAS



Em sua terceira edição, evento recebeu uma média de 2.500 pessoas por dia

A Cicla Brasil esteve presente nos três dias da Expo Catadores, que foi marcada pela qualidade da organização do evento e pelo forte direcionamento aos negócios relacionados à inclusão dos catadores.

O evento representou um marco no posicionamento do Movimento Nacional dos Catadores (MNCR) em relação ao novo momento, fortemente influenciado pela implementação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
O público do evento foi de 7.500 pessoas e estiveram presentes grandes personalidades tais como o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e o jogador do Santos, Neymar.

Para maiores informações acesse aqui.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Fornecedores de sucata tentam evitar criação de taxa para exportação


ComexLinks | @comexblog
As empresas brasileiras de sucata de aço se reúnem hoje, em Brasília, com representantes do governo, para manifestar sua oposição a uma eventual taxação de suas exportações. O pedido para que houvesse uma tarifa sobre a exportação sucata brasileira foi feito pelo Instituto Aço Brasil (IABr), que representa as companhias siderúrgicas, segundo o Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa).
A sugestão do IABr ao governo brasileiro foi a adoção de uma taxação – ou outro tipo de restrição – às exportações brasileiras de sucata quando os países de destino tiverem medidas semelhantes para o Brasil, de acordo com o Inesfa. No entanto, as companhias de sucata afirmam que a medida prejudicaria o setor.
A consequência natural seria a redução das exportações, já que ficariam menos rentáveis com uma taxa adicional. Com isso, a tendência é de aumento da oferta no mercado doméstico e de queda dos preços. “Se o valor cair por meio de um artifício tarifário, é natural que vejamos um desestímulo aos catadores, separadores e processadores da sucata de aço no Brasil,” afirma André de Almeida, diretor jurídico do Inesfa. Ele diz que as três categorias foram prejudicadas com a falta de demanda após a crise de 2008, buscaram clientes no exterior. “Eles devem ter o direito de vender para quem oferecer ao melhor preço,” acrescenta.
Apesar de o volume de sucata de aço exportada no Brasil ser pequeno – cerca de 2,5% da produção, principalmente para a Índia e Paquistão -, tem um efeito importante na formação de preços, já que as cotações internas tendem a ser equivalentes às externas, diz o diretor do Inesfa.
Na visão das companhias de sucata, a tarifação das exportações não estaria alinhada com a política industrial brasileira, uma vez que o governo brasileiro costuma defender justamente o oposto: incentivar exportações. “Somente se tarifa exportação quando existe um objetivo político”, diz Almeida, acrescentando que uma medida neste sentido deve gerar benefícios para as grandes empresas de siderurgia brasileiras.
Segundo o Inesfa, o IABr, que representa essas companhias, informou no início deste semestre que formalizou um pleito à secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, para que o governo brasileiro adote medida de reciprocidade com os países que instituíram restrições as suas exportações de sucata de aço.
Procurado, o IABr afirmou que seu porta voz não tinha disponibilidade para falar sobre o tema até o fechamento desta edição. Segundo a Câmara dos Deputados, onde será a audiência, participarão Cristina Yuan, diretora de Assuntos Institucionais e Sustentabilidade do IABr, e Tólio Edeo Ribeiro, coordenador de Indústrias Intensivas em Recursos Naturais do MDIC.
Por Olívia Alonso | De São Paulo
Valor Econômico - 06 de novembro de 2012

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

EXPOCATADORES 2012


A EXPOCATADORES 2012, que acontecerá de 28 a 30 de novembro no pavilhão amarelo da ExpoCenter Norte em São Paulo, reunirá especialistas em gestão de resíduos sólidos do Brasil e da América Latina com a tarefa de valorização profissional dos catadores de materiais recicláveis e de fortalecimento de sua ação na cadeia produtiva de recicláveis de forma sustentável e inclusiva.
O evento discutirá temas em torno da qualidade de vida dos trabalhadores envolvidos nesse processo e da destinação correta dos resíduos sólidos erroneamente chamados de lixo.  Dessa forma, ele vem ao encontro de diversas ações do poder público, de empresas e da sociedade e deve agrupar experiências exitosas de todo o Brasil, além de iniciativas da América Latina e de outras regiões do mundo.
Este encontro, contará com o público permanente de 1.500 catadores de 25 estados brasileiros, além de visitantes, com a estimativa de presença de quatro mil pessoas por dia. Haverá, ainda, a participação de delegações de 12 países da América Latina, além da Índia e da África do Sul.
Simultaneamente será realizado o 3º Encontro Nacional e Internacional de Catadores com para intercâmbio de experiências, que pretende repetir o nível de participação de edições anteriores. Os temas, debatidos em seminários técnicos, referem-se a questões sobre a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o fechamento de lixões e os planos de gestão dos resíduos.
Nesse contexto, a terceira edição da EXPOCADORES almeja que cooperativas e redes de catadores possam ter acesso a cartas de crédito para negociar diretamente com empresas e fazer negócios dentro desse evento. A proposta está sendo construída junto ao Banco de Brasil para a criação de uma linha de crédito específica para as organizações de catadores.
 A Expocatadores 2012 reunirá as empresas produtoras de equipamentos e tecnologia do setor, facilitando o intercâmbio entre os diversos atores do mercado. Essa iniciativa, além de simbólica, tem caráter educativo. As organizações de catadores credenciadas com cartas de crédito passarão por capacitação com técnicos da área financeira para realizar os melhores negócios na feira com bons resultados para os catadores.  A Feira de Negócios cumprirá o papel de estabelecer o contato das organizações de catadores com as empresas e melhorar essa relação. Os catadores terão a oportunidade de conhecer novas as tecnologias e equipamentos para trabalhar adequadamente nas cooperativas, adquirindo informação, refletindo diretamente no trabalho e planejamento dos empreendimentos.
Movimento Nacional de Catadores
Ao longo de 10 anos, o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) lançou-se num projeto ambicioso: o de alçar o trabalho dos catadores a uma profissão reconhecida e valorizada no Brasil. Até então, como essa ocupação profissional não era reconhecida, o trabalho informal e desordenado era (e é) frequentemente motivo de repressão por parte do poder público, e os trabalhadores vítimas de preconceito da sociedade em geral.
Dez anos atrás, sair de uma situação de miséria extrema e avançar patamares na cadeia produtiva da reciclagem era um sonho considerado utópico. No entanto, hoje o trabalho dos catadores de materiais recicláveis é classificado como ocupação profissional pelo Ministério do Trabalho e Emprego e está inserido definitivamente nas políticas públicas de gestão de resíduos sólidos no Brasil. Basta examinar a Política Nacional de Saneamento (Lei 11.445/07), a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) e outras leis e decretos complementares de incentivo fiscal e regulatório.
A categoria dos catadores de materiais recicláveis é hoje uma alternativa estratégica no combate à pobreza extrema e oportunidade de negócio em um mercado promissor resultado das políticas públicas criadas recentemente com a participação do movimento social organizado.
A EXPOCATADORES 2012 é uma realização do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e da Associação Nacional de Carroceiros e Catadores de Materiais Recicláveis (ANCAT).
Vendas
Event Planning Solutions
Telefone: (11) 55314455
E-mail: expocatadores@epseventos.com.br

Serviços:
Dia do evento: 28 a 30 de novembro de 2012
Local: Pavilhão Amarelo – Expocenter Norte
Rua Galatéia, 220 São Paulo – SP CEP 02068-000

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O carrocentrismo na mira da crítica industrial



Ricardo Abramovay
Este artigo foi publicado hoje no site do jornal Folha de São Paulo, no canal sobre Empreendedorismo Social
A condenação do automóvel individual como forma predominante de transporte nas grandes cidades é cada vez mais ampla, incisiva e bem fundamentada. E o mais interessante é que essas críticas começam a tomar corpo no interior da própria indústria. Nos países desenvolvidos, o automóvel é frequentemente comparado ao tabaco, em função de seus efeitos danosos sobre a vida urbana.
É verdade que, em muitos casos, a indústria automobilística empenha-se no uso mais eficiente de energia e de materiais. Mas isso não impede Bill Ford, bisneto do fundador da companhia que leva seu nome, de fazer a constatação fundamental: uma vida urbana melhor é incompatível com o horizonte de que cada família possua dois carros. A Ford tem um plano de mobilidade em três etapas (para um período que vai além de 2025) cujas bases estão, simultaneamente, nos ganhos de eficiência que as tecnologias da informação trarão ao automóvel e, ao mesmo tempo, na perda do poder que ele tem hoje na matriz mundial dos transportes.
A partir de 2025, segundo a empresa, a paisagem dos transportes será outra, com pedestres, bicicletas, veículos individuais e transportes coletivos conectados em rede, com base em poderosos dispositivos digitais.
Da mesma forma que a IBM abandonou a produção de computadores, mas se manteve líder em serviços de informação em rede, a indústria automobilística vai ter que se reinventar.
Foi a mensagem do encontro promovido pela “Audi Urban Future Summit” (Audi) em 2010, no qual personalidades importantes da sociologia mundial como Saskia Sassen e Richard Sennet contribuíram para que fossem colocadas questões decisivas: será que as empresas automobilísticas de hoje produzirão carros no futuro? Isso convém à ambição de melhorar a mobilidade nas grandes cidades?
É verdade que, até aqui, a maior parte do setor tem fechado os olhos a essas perguntas. Um executivo da Volkswagen, diante das cotas de emplacamentoadotadas em grandes cidades chinesas, como reação à poluição e aos engarrafamentos no país, não hesitou em declarar que a empresa se dirigiria ao interior e que isso não prejudicaria a expansão de seus negócios. As perspectivas de ganho por parte da indústria são tão grandes que entre cidades sustentáveise ampliação na frota de automóveis a opção das montadoras deixa, infelizmente, pouca margem a dúvidas.
É muito importante, neste sentido, o documento recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), fruto do excelente estudo levado adiante pela equipe liderada por Sérgio Magalhães, arquiteto, urbanista, professor da FAU/UFRJ e ex-secretário de Habitação do Estado do Rio de Janeiro.
Na apresentação do trabalho, Robson Braga Andrade, presidente da entidade, afirma: “As cidades brasileiras estão parando”. Os ambientes urbanos são cada vez mais importantes na inovação, no emprego e em uma vida social mais rica e diversificada e, no entanto, as cidades, apesar de seu extraordinário dinamismo, são incapazes de oferecer horizontes promissores à maior parte dos que nelas habitam.
Na raiz do estrangulamento urbano está a maneira como se formou, no Brasil, o vínculo entre habitação e transportes. Em vez de concentrar o crescimento urbano ao longo dos equipamentos de transportes sobre trilhos, predominantes na primeira metade do século 20, as cidades brasileiras adotaram um caminho duplamente perverso.
Por um lado, promoveram formas de ocupação do espaço habitacional que aprofundou o abismo entre periferias, desprovidas de serviços públicos, com baixa densidade populacional e onde é precária a própria presença do Estado e áreas centrais com força econômica, para as quais é preciso deslocar-se diariamente num esforço extremamente penoso e que consome tempo imenso.
Por outro lado, submeteram-se ao império do transporte motorizado e sobre pneus, capaz de chegar justamente a essas áreas distantes, mas desprovidas das infraestruturas elementares de uma vida urbana civilizada.
De todas as habitações construídas no país, 80% não contaram com qualquer tipo de financiamento formal ou assistência pública. O problema desta autoconstrução, como bem coloca o documento da CNI, é que “a família produz o domicílio, mas só o coletivo produz infraestruturas”.
Mesmo que a renda dessas famílias tenha, recentemente aumentado, elas seguem, em sua maioria, distantes dos bens públicos e dos equipamentos coletivos sem os quais dificilmente se pode falar em cidadania. Saneamento precário, transportes de baixa qualidade, dificuldades crescentes com relação à segurança em áreas distantes dos grandes centros, estas são algumas das marcas decisivas das periferias brasileiras.
A elas acrescentam-se os congestionamentos, que comprometem não só a mobilidade dos que têm carros, mas, sobretudo, a dos que dependem desses transportes coletivos de baixa qualidade. Como os congestionamentos são cada vez maiores e atingem número crescente de cidades (e não só as metrópoles), cria-se imensa pressão para que as autoridades resolvam o problema do trânsito, abrindo novas vias que, em pouco tempo, acabam tão intransitáveis quanto aquelas às quais elas tinham, originalmente, a intenção de imprimir maior fluidez.
Transportes coletivos de alta qualidade, financiamento a habitações populares e, ao mesmo tempo, contenção do espalhamento geográfico das cidades, são os três vetores fundamentais para um ambiente urbano capaz de propiciar desenvolvimento a seus habitantes.
Apesar da profundidade do diagnóstico e da criatividade das propostas para enfrentar os problemas urbanos brasileiros, o texto da CNI deixa de levantar justamente a questão central que Bill Ford e os participantes do evento da Audi discutem: continuar aumentando a produção de automóveis individuais, será isso coerente com a inversão das prioridades do planejamento urbano em direção atransportes coletivos de alta qualidade?
O documento faz propostas interessantes à atuação do poder público para ampliar a mobilidade. Mas não é admissível que, diante de constatações tão ricas e bem fundamentadas, as atividades das montadoras sigam de vento em popa, com vasto apoio governamental, como se elas nada tivessem a ver com ocolapso das cidades que o estudo de sua representante maior, a CNI, denuncia.
Foto: Keng Susumpow / Creative Commons

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O lixo virou um negócio de 20 bilhões de reais



O lixo — quem diria? — virou um grande negócio no Brasil. Diante de um mercado de 20 bilhões de reais, empresários se unem a banqueiros para investir no setor

Samantha Lima e Ana Luiza Herzog, de Kiko Ferrite/EXAME.com

Wilson Quintella Júnior, da Estre: parceria com o BTG, de André Esteves, para adquirir uma empresa concorrente e conseguir dobrar de tamanho em 2011
São Paulo - Em uma entrevista recente gravada em vídeo pela revista americana de negócios Fortune, o executivo David Steiner soltou a seguinte previsão: daqui a dez anos, será possível extrair tanta riqueza do lixo que as empresas do setor poderão fazer sua coleta de graça, sem que nenhum governo tenha de pagar pelo serviço.
Ao ouvir a declaração, o interlocutor de Steiner esboçou um sorrisinho de deboche, mas não retrucou. David Steiner ainda está em posição de receber crédito por suas palavras, por mais que elas soem como delírio. Há sete anos ele é o presidente da Waste Management, a maior empresa de lixo dos Estados Unidos e uma das maiores do mundo.
Sob sua gestão estão 273 aterros sanitários, 17 usinas de geração de energia por meio da incineração do lixo e 119 operações de conversão do gás metano dos aterros em energia. A Waste Management ainda opera 91 estações de reciclagem de lixo comum e 34 de processamento de lixo orgânico.
Com isso, fatura cerca de 12 bilhões de dólares por ano. Hoje, não há nada no Brasil que se pareça com isso — nem em tamanho de receita nem em modelo. Mas, para alguns empresários e investidores, a Waste Management já é uma referência num negócio por muito tempo negligenciado.
Segundo estimativas, o mercado de lixo, hoje tremendamente pulverizado, movimenta quase 20 bilhões de reais por ano no país. Um dos que acompanham com entusiasmo odesempenho da Waste Management e sonham em fazer algo parecido é o paulista Wilson Quintella Júnior, de 54 anos — o homem à frente da Estre.
A empresa nasceu há 11 anos com a construção de um aterro sanitário no município de Paulínia, no interior de São Paulo — na época, Quintella deixou um emprego na GP Investimentos para se dedicar ao novo negócio.
De lá para cá, ampliou seus domínios e hoje opera dez aterros, que atendem centenas de clientes públicos e privados e estão localizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná e em Bogotá, na ColÃ?mbia, e Buenos Aires, na Argentina. Outros dois deverão ser inaugurados nos próximos meses — na cidade paulista de Piratininga e em Aracaju.
Em março deste ano, Quintella fez uma manobra ousada: com a ajuda do BTG Pactual, de André Esteves, atropelou um fundo de private equity que vinha já há algum tempo negociando a empresa de coleta de lixo urbano Cavo, do grupo Camargo Corrêa, e a comprou por 610 milhões de reais. A aquisição da Cavo fará com que o faturamento da Estre, previsto para alcançar 640 milhões de reais em 2011, dobre. 
Com os negócios da Estre nessa toada, não é de admirar que, numa palestra recente dada em São Paulo para convidados do Bank of America Merrill Lynch, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha feito menção a Quintella, presente na plateia, dizendo que ele “está rindo de orelha a orelha com o lixo”.
O que faz Quintella sorrir não é tanto o que ele já conseguiu construir, mas o potencial que vê pela frente. Ainda hoje a coleta atinge apenas 88% do lixo gerado no Brasil.
E, desse volume, 42% ainda são destinados aos lixões. No ano passado, depois de quase 20 anos tramitando no Congresso Nacional, a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos foi finalmente aprovada.
Com ela, foi determinado que 2014 será a data-limite para que todos os municípios do país fechem seus lixões. As prefeituras também terão de estabelecer programas de gestão do lixo que permitam separar os resíduos — aquilo que pode ser reaproveitado — dos rejeitos — material que realmente merece ir para os aterros.
Além disso, a lei deixa claro que a indústria e os consumidores têm deveres a cumprir em relação aos resíduos que geram. Mas isso é o que está no papel. “Há ainda muitos questionamentos sobre como todas essas premissas vão funcionar na prática”, diz Fabricio Soler, advogado especializado em meio ambiente do escritório Felsberg e Associados, de São Paulo. E se vão funcionar.
Consórcio de resíduos
No passado, muito dinheiro público foi distribuído a pequenos municípios para que eles construíssem aterros. O baixo volume de resíduos, associado ao custo e à complexidade de operação do empreendimento, fez com que a maioria se transformasse em lixões.

O desafio agora está em fazer com que os municípios trabalhem juntos, de modo a criar uma espécie de “consórcio” para administrar seu lixo. Os diferentes setores da indústria também terão de se mexer e apresentar ao governo propostas sobre como vão fazer a logística reversa de seus produtos.
Pela lei, as indústrias são responsáveis por dar uma destinação correta a seus produtos descartados pelo consumidor. Até agora, segundo especialistas, as discussões setoriais têm sido mais acaloradas do que produtivas.
Independentemente desse cenário ainda nebuloso, muitas empresas ligadas ao negócio do lixo já estão se movendo para aproveitar as oportunidades de negócios decorrentes dessas mudanças.
“Esse setor vai explodir no Brasil nesta década. Sobrarão os que estiverem muito preparados”, diz o grego Antonis Mavropoulos, diretor da Associação Internacional de Resíduos Sólidos.
Por enquanto, a Estre é vista como uma das candidatas a liderar essa consolidação. Sua maior concorrente nesse processo é a Haztec, com sede no Rio de Janeiro.
Até ser comprada pelo paulista Paulo Tupinambá e mais dois sócios, em 2003, a Haztec era uma consultoria ambiental que faturava 7 milhões de reais por ano prestando serviços como o de descontaminação de solos.
Desde então, a empresa cresceu um bocado. O fundo Infrabrasil — dos fundos de pensão Petros (da Petrobras) e Funcef (da Caixa EconÃ?mica Federal), gerido pelo Santander — injetou 200 milhões de reais na empresa entre 2007 e 2010 e hoje tem uma participação de 50%.
Em 2008 foi a vez do fundo de private equity do Bradesco investir 160 milhões de reais para ficar com uma fatia de 28% da Haztec. Há um mês, a empresa recebeu grau de investimento — ou seja, representa baixo risco de calote para seus credores — pela agência de classificação de risco Fitch Ratings
A previsão é que a companhia encerre 2011 com faturamento de 700 milhões de reais, a maior parte desse dinheiro oriunda da gestão de quatro aterros sanitários públicos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Recentemente, a Haztec começou a operar sua quinta unidade, o aterro de Seropédica, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
O local é emblemático da mudança da administração dos negócios do lixo no país. Isso porque ele substituirá, até 2012, Jardim Gramacho — misto de aterro e de lixão que por décadas manchou a imagem do Rio de Janeiro e foi cenário de Lixo Extraordinário, documentário sobre o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz com catadores de material reciclável e que concorreu ao Oscar deste ano.
Além dos aterros, a empresa também ganha com outros negócios. Em janeiro, a Haztec comprou a Biogás, empresa que usa o metano resultante da decomposição do lixo de dois aterros para gerar algo como 40 megawatts de energia, suficientes para iluminar, por exemplo, uma cidade de 200 000 habitantes. A energia obtida é vendida no mercado livre.
Um dos desafios das empresas que atuam no mercado de lixo é descobrir novos nichos. Foi o que fez a paulista Ambitec, que prevê faturar neste ano algo como 400 milhões de reais — a maior parte dessa receita vem da gestão de resíduos de empresas de grande porte, como Johnson&Johnson, Embraer e International Paper.
Em abril, a Ambitec pagou 4,5 milhões de reais para adquirir 49% da startup Descarte Certo. Fundada pelo ex-executivo Lucio Di Domenico há menos de três anos, a Descarte Certo oferece aos consumidores, por meio de seu próprio site ou nas lojas de varejistas como Carrefour e Cybelar, um serviço de coleta e de descarte ecologicamente correto de produtos.
Até agora, a empresa atuava apenas como intermediária entre consumidores e empresas de manufatura reversa. “Nos próximos meses, faremos investimentos para que ela mesma execute todo o processo”, diz André Oda, professor de finanças da FEA-USP que há um ano foi chamado pela família Borlenghi, dona da Ambitec, para ajudá-la no processo de profissionalização e de preparação para um futuro IPO. “A hora desse mercado é agora. Quem não se posicionar rapidamente perderá a oportunidade.”
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